
Estes dois coadjuvantes são importantes porque através deles é que conhecemos a narrativa paralela que acompanha boa parte da HQ e insere a metalinguagem na revista. É a HQ dentro da HQ, que serve como contraponto à narrativa principal. O mais interessante é que o cliente da banca, um garoto que fica sentado no chão apoiado sobre um carregador de baterias de carro ao lado da banca, é que nos leva a conhecer a HQ “Os Contos do Cargueiro Negro” através da sua leitura das páginas do gibi. È a representação do fanboy mediano e do jornaleiro rabugento.
Todas as vezes nas quais aparece, “Os Contos do Cargueiro Negro” faz a conexão narrativa com as situações apresentadas na HQ. Mas não só o cargueiro. Como disse anteriormente, o texto e o desenho se conectam muitas vezes em situações antagônicas ou completamente desconexas.
O maior exemplo desta edição, ocorre quando Laurie Juspeczyk, abandona o Dr, Manhattan na base militar e vai para a casa de Dan Dreiberg. Enquanto o Dr. Manhattan se apronta para ir a um programa de auditório tipo Programa do Jô, Laurie conta para Dan o ocorrido e as frases e imagens se conectam. Quando Laurie diz “...peço para entender por que é que ficou tão emaranhado.” Quando se refere a não entender as coisas que aconteceram a ela, a cena mostra o Dr. Manhattan dando nó em sua gravata.
Após ser interrogado durante o programa no qual compareceu, se tinha causado câncer em seus inimigos, amigos e aliados, o Dr. Manhattan perde o controle, teleporta todas as pessoas para fora do estúdio e decide ir para Marte, passando antes numa base militar e pegando uma foto. A arma estratégica dos EUA foi embora, o que será do mundo depois disso?
Temos no final, a última parte do livro fictício Sob o Capuz, escrito pelo aventureiro mascarado aposentado, Hollis Mason, vulgo Coruja. Neste capítulo ele conta o ocaso dos super-heróis da sua geração e a ascensão dos novos combatentes do crime.
Trecho marcante desta edição: Um arauto do apocalipse, tipo homem-sanduíche, faz uma piada com o jornaleiro, típica daquelas que vimos Renato Aragão fazer nos Trapalhões durante toda a década de 70. Se você não conhece os Trapalhões, acesse o Youtube e procure, lá tem diversos clipes dos quatro humoristas. Se você é como eu e cresceu vendo Didi e Cia. reveja e seja feliz.
Fonte: Watchmen Edição Definitiva - Editora Panini Comics.Imagens: Google.
Nenhum comentário:
Postar um comentário